
O secretário Municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha (PSB), participou nesta sexta-feira (22) de um webinário sobre a volta às aulas dentro do contexto de vacinação contra a Covid-19 ainda em curso.
Durante o encontro, o secretário afirmou que foi elaborado um protocolo sanitário para a implementação do plano de volta às aulas no município.
De acordo com o secretário de Educação do Rio, a realização do ensino híbrido – presencial e remoto – depende da aprovação do protocolo sanitário por parte da Secretaria Municipal de Saúde e do Centro de Operações de Emergências em Saúde – COE COVID-19 RIO.
A previsão é de que a decisão seja divulgada na próxima semana.
“Um protocolo sanitário sério, que é o que estamos colocando de pé, prevê tudo que pode vir a acontecer. Prevê se tiver caso suspeito, se tiver caso confirmado, o que deve acontecer. Isolar a sala de aula, fazer com que o remoto possa ajudar nisso. Vai ser um momento híbrido. A gente está trabalhando junto com a secretaria de transporte na definição de um plano para intercalar a entrada e saída de alunos para ter um fluxo mais espaçado. Tudo está sendo feito com muita seriedade. Não tem nenhum negacionismo do nosso lado, muito pelo contrário. Mas a gente precisa encarar que educação é um serviço essencial”, afirmou Renan Ferreirinha.
Segundo divulgado pela prefeitura, o início do ano letivo está previsto para o dia 8 de fevereiro. O secretário de Educação afirmou que não há expectativa de que as aulas presenciais voltem já nessa data.
Ferreirinha disse ainda que o retorno às aulas, quando for possível, não significa a reabertura de todas as 1.543 escolas da rede pública ao mesmo tempo, mas que seria um processo gradual.
“Essa não é uma discussão binária: eu acho que não deve voltar e ponto, ou eu acho que deve voltar e ponto. Precisamos qualificar mais isso e elencar os problemas, para que a gente possa, problema por problema, buscar a solução. E se não houver solução para aquele contexto, nós não vamos abrir aquela escola. É importante esclarecer que o eventual retorno não são as 1.543 escolas voltando ao mesmo tempo, muito pelo contrário. Será um retorno, quando for possível, gradativo”, afirmou o secretário.
A respeito do ensino remoto, Ferreirinha afirmou que a Secretaria de Educação irá trabalhar com três formatos principais:
- On-line – por meio do contato virtual entre professores e alunos
- TV – ensino por meio de TV aberta, do Portal MultiRio, entre outras parcerias
- Formato impresso – não foi detalhado como o estudante teria acesso
O secretário enumerou quatro aspectos principais para análise da situação educacional do município:
- Pedagógico/educacional – sobre o déficit de aprendizagem que a pandemia expandiu ainda mais pelas desigualdades no acesso ao ensino
- Sanitário – para o desenvolvimento de protocolos sanitários seguros
- Alimentação escolar – também uma das funções sociais da escola
- Aspecto sócio emocional dos profissionais e estudantes
A coordenadora do escritório da Unicef no Rio de Janeiro, Luciana Phebo, também participou do encontro e afirmou que a educação deve ser priorizada em vista do prejuízo sofrido pelos estudantes sem acesso ao ensino.
Luciana citou dados de pesquisas da Unicef sobre o cenário educacional do país durante a pandemia:
- havia 4,8 milhões de estudantes sem acesso à internet antes da pandemia no Brasil
- 4 milhões de estudantes (14%) ficaram sem acesso ao ensino durante a pandemia no Brasil
- 8% dos estudantes da região Sudeste ficaram sem acesso ao ensino durante a pandemia
“A escola deve ser a última a fechar e a primeira a reabrir. Com ou sem vacina, mas sempre com proteção, sempre com responsabilidade. Não é o que nós estamos vendo aqui no Brasil. Vemos vários espaços, shoppings, templos abertos e vemos escolas públicas fechadas”, afirmou Luciana Phebo.
O encontro virtual teve também a presença de Antonio Claudio da Nóbrega, reitor, médico e professor titular da UFF; Márcia Nunes, gestora do CIEP Presidente Agostinho Neto do Rio; e Roberto Cooper, médico e pediatra.